Saiba quem são os raelianos - Raelianos – Somos clones dos ET's Os embaixadores dos extraterrestres- Clonando Notícias: O Show Raëliano deve continuar?CNN Clonagem Humana - 2003 / CNN - The First Human Clone Annoucement - 2003 - 8 anos atrás CNN anunciando oficialmente o nascimento do primeiro clone humano expondo conceitos de etica e clonagem. CNN - The First Human Clone Annoucement - 2003
Brigitte Boisselier (nascida em 1956) é a cabeça da Clonaid , a "ala científica" do raelianos . Ela tem sido uma Raëliana desde 1992 e conhecida principalmente por afirmar que a empresa, dirigida por membros da igreja, foi a primeira organização de clonar um ser humano completo no início de 2000. No entanto, esta alegação não foi apoiada por qualquer tipo de prova e se acreditava, como é hoje, para ser puramente um golpe publicitário. Vida Brigitte Boisselier serviu como professora de química visitante no Hamilton College , renunciando em abril de 2001, durante o primeiro ano de um compromisso de três anos. Em 27 de dezembro de 2002, Boisselier, bispa Raëliana e CEO da Clonaid, afirmou à imprensa que a Clonaid com sucesso deu origem a um ser humano clonado no dia anterior. Boisselier disse através de uma cesariana em algum lugar fora do Estados Unidos, tanto a mãe quanto a menina, Eva, eram saudáveis. Boisselier não apresentou a mãe ou a criança, ou o DNA de amostras que poderiam ser usados para confirmar sua alegação na conferência de imprensa, embora explicou o procedimento que ela usou para confirmar suas afirmações. Posteriormente tornou-se evidente que o anúncio foi feito antes do teste genético para avaliar se a criança em questão era na verdade um clone: Boisselier foi, portanto, afirmando sua crença de que seu procedimento resultou em um clone, não anuncia os resultados mostram que a criança era um clone. Em 2 de janeiro de 2003, Boisselier disse a uma platéia de televisão francesa que os americanos os pais do suposto clone estão hesitando em fornecer provas de DNA para provar que seu bebê é realmente um clone. Os pais estão declaradamente com medo de que o estado da Flórida tente levar o bebê para longe deles. Em 4 de janeiro de 2003,Boisselier anunciou o nascimento de outro bebê clonado para um casal de lésbicas holandêsas e afirmou que haveria outros quatro bebês clonados entregues até Fevereiro de 2003. Ela tem um mestrado em bioquímica, um PhD. em físico-química da Universidade de Dijon, na França e doutorado em química analítica da Universidade de Houston , nos Estados Unidos sob a orientação da Prof Karl Kadish . Atualmente, ela está casada com Ricky Lee Roehr. O nome Brigitte Roehr aparece como o nome do autor na maioria das questões de contato Raeliano no boletim desde da edição # 279. References
Extraído de: http://en.wikipedia.org/wiki/Brigitte_Boisselier http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/2643445.stm (Planos detalhados e especificações para a requerida embaixada estão disponíveis em www.ElohimEmbassy.org [sob construção])
Saiba quem são os raelianosda Folha Online
Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8037.shtml ******************* Raelianos. Raelianos – Somos clones dos ET's Os embaixadores dos extraterrestres Por Elvis Brassaroto Aleixo Não é a primeira vez que o mundo fica perplexo diante de um alarme assombroso. Sejam relacionados à política, à ciência ou à religião, alguns acontecimentos têm mudado o rumo de nossa história. Na área científica, principalmente, os avanços e as descobertas vêm rompendo barreiras que outrora eram restritas apenas ao campo fértil da imaginação humana com temas fictícios, irreais. Exemplos desses impactos: em 1969, a chegada do homem à Lua; em 1978, o nascimento do primeiro bebê de proveta; em 1997, a clonagem da ovelha Dolly. As novidades não pararam por aí. Voltando à frase primeira deste texto, no dia 29 de dezembro de 2002, a empresa Clonaid, nas Bahamas, anunciou aos quatros ventos da terra que havia trazido ao mundo, com sucesso, o primeiro clone humano, uma menina, nascida de cesariana, chamada Eva, "cópia idêntica" de sua mãe, uma americana de 31 anos. O fato curioso é que a empresa mantém laços estreitos com um movimento exótico conhecido como "Religião raeliana". Nossas pesquisas revelaram tratar-se de um grupo totalmente fantasioso. Ao conhecer o teor doutrinário do movimento raeliano é possível equipará-lo às fantásticas histórias científicas de Julio Verne1. Só que no caso de Verne as fantasias não passam de fantasias e, portanto, não são acreditadas por uma legião de adeptos. Segundo ensina esse grupo, Jesus Cristo é meio-irmão de seu fundador e sua humanidade é fruto de experiências alienígenas realizadas há 25 mil anos, entre outros contra-sensos. Como se essas estranhas doutrinas não fossem suficientes, o movimento tem gerado ainda grande ceticismo e indignação entre os governos e as comunidades médicas e científicas de todo o mundo com sua controvertida declaração. Dado a repercussão do fato, aprouve-nos pesquisar as origens e os fundamentos doutrinários desse grupo que, com muita rapidez, se tornou conhecido mundialmente. Como tudo começou O título da seita é uma derivação do nome de seu fundador, o francês Claude Vorilhon, autodenominado Rael, ex-jornalista e ex-piloto automobilístico. Segundo Rael, tudo começou no dia 13 de dezembro de 1973, quando ele foi supostamente visitado por um ET, que se apresentou com o nome de Yahvé Elohim (dois nomes hebraicos de Deus utilizados na Bíblia hebraica). O fato ocorreu na cidade de Auvergne, região central da França. Rael explica que "a palavra Deus é uma tradução malfeita do termo Elohim, que significaria aqueles que vêm do céu". Esse "ser" seria o presidente dos Elohim, seres divinos subalternos que, em seu primeiro contato, teriam raptado Rael e o transformado em um Messias. Na ocasião, esses seres lhe forneceram as origens remotas da criação e de todas as suas religiões. Um detalhe importante, segundo Rael, a mensagem dos ETs foi transmitida, impecavelmente, no idioma francês. Rael conta que, por ser uma pessoa normal e "humilde", não havia entendido o motivo de ter sido escolhido pelos Elohim, pois achava que eles deveriam ter procurado as potências do nosso mundo para estabelecer seus propósitos. Mas os Elohim contestaram e afirmaram que existia uma imensa discórdia entre eles e as nossas organizações políticas, morais, religiosas e filosóficas, sendo assim impossível um contato amistoso com as nossas lideranças sem um mediador. Mas a utopia de Rael continua, pois o principal motivo da escolha ainda não teria sido esse. Os Elohim não queriam ser ocultados pelos governos, permanecer no anonimato, o que fatalmente ocorreria caso se revelassem sem um planejamento, por isso escolheram um jornalista desconhecido e independente, sem vínculos com grandes organizações, um perfil ideal para suas finalidades. Os raelianos hoje No princípio de sua história, o grupo era chamado de Movimento Raeliano, mas sofreu uma alteração em seu título, sendo atualmente conhecido como Religião Raeliana. Mas como podemos observar, trata-se mesmo de mais uma nova seita, com uma nova revelação e um novo líder. A diferença é que esta não declara ser fruto de uma visão, sonho ou mensagem angelical, mas de um contato com extraterrestres. Considerando a sua origem, alguns poderiam julgar que o movimento estaria fadado ao fracasso, sem seguidores e sem repercussão. Ledo engano. Hoje, contam com a adesão de 55 mil membros ativos e simpatizantes espalhados em 84 países. Atualmente, estão sediados no Canadá, em Québec. A seita se gaba de possuir um conselho científico e um grupo de guias e sacerdotes que somam 130 pessoas no mundo inteiro, entretanto, as credenciais científicas de seus membros têm sido amplamente contestadas pelos profissionais do segmento. Afirmam ser uma instituição sem fins lucrativos e intitulam-se como um movimento de caráter revolucionário constituído de livres pensadores, plenamente voluntários, não conformistas, trabalhando para mudar a si mesmos e a sociedade com o fim de acolher os seus "pais do espaço", os Elohim. Manancial de heresias Como pode ser identificado na grande parte dos movimentos religiosos recentes, a doutrina raeliana tem na Nova Era o seu manancial doutrinário. Os elementos em comum podem ser flagrados sem o menor esforço. A crença em ETs é o pilar doutrinário do grupo. Conforme ensina seu fundador, os Elohim lhe confiaram a importante missão de edificar uma embaixada na Terra para recebê-los, e esses embaixadores se identificam como os grandes profetas das grandes religiões. Assim como o movimento aquariano, os raelianos também tributam à humanidade um estado progressivo de evolução espiritual, vivendo, dessa forma, a iminência de um dia atingirem o nível em que poderão relacionar-se com os seres superiores, alcançando a "expansão do indivíduo". Acreditam que um dos principais índices dessa "maturidade" é a evolução holística dos relacionamentos humanos. Aguardam a unificação governamental do mundo, o estabelecimento de uma única moeda corrente, uma única língua e, como não poderia deixar de ser, alegam já conhecerem o Messias, Rael, o que para nós não é nada surpreendente. Destacam-se, ainda, em sua coleção de heresias, a "meditação sensorial", cujo objetivo é fazer que seus praticantes reconheçam a "hierarquia entre as raças humanas" e, antagonicamente, sua auto-afirmação ateísta, o que revela o disparate e a confusão de conceitos doutrinários do movimento. Os "pais do espaço" Não bastasse a crença absurda em alienígenas, os raelianos ainda ensinam que somos criação de tais seres. Segundo Rael, o que ele chama de os "pais do espaço" estiveram, há 25 mil anos, em nosso planeta e criaram a nossa raça por meio de avançadas técnicas de clonagem. O tempo passou e os nossos antepassados começaram a desenvolver as diversas religiões que hoje conhecemos, acabando por mistificar os "pais do espaço", chamando-os de deuses. O fundador da seita chega a ponto de descrever os "criadores da raça humana" e, para nossa surpresa, desta vez, sua imaginação não foi nada original. Rael diz ter presenciado, no interior de um vulcão inativo, próximo a Clermont Ferrand, no centro da França, a aparição de um óvni de sete metros de diâmetro, feito de metal brilhante, totalmente silencioso. Os ETs vistos por ele eram como os marcianos dos desenhos animados, seres de baixa estatura, aproximadamente 1,20m de altura, cor de pele verde-oliva, olho estreito, boca pequena, habitando num planeta distante três anos-luz3 da Terra. Essa concepção sobre os ETs pode ser conferida na capa de seu livro A mensagem transmitida pelos extraterrestres. A evolução dos tais deuses é tão distante da nossa que Rael arrisca ilustrá-la por meio de uma comparação, afirmando que a clonagem entre eles é algo ordinário, comum. Para eles, clonar um ser humano é tão simples quanto é para nós gravarmos um CD. A posição bíblica sobre os alienígenas A idéia de que a raça humana é fruto de uma criação alienígena remonta a 1935, quando Erick Von Daniken lançou seu livro Erinnerungen na Die Zukunft, em português: Eram os deuses astronautas? A repercussão foi intensa e, desde então, os adeptos da ufologia não pararam de crescer. Desde que surgiram os primeiros "testemunhos" de contatos com esses seres até os dias de hoje, quase nada pôde ser provado. Geralmente, as fraudes fotográficas e testemunhais dão conta de responder ao "fenômeno". A Bíblia revela à humanidade, sem distorções, o início criativo de Deus. A seqüência da criação não abre margem para a sustentação dos ufólogos. Basear a existência de ETs no silêncio de Deus sobre a questão nos levaria à possibilidade de empregar o mesmo método de interpretação em relação a outras doutrinas bíblicas, o que nos conduziria a um emaranhado de heresias. Ademais, os supostos ETs não trazem a autenticação de Deus (Gn 1.4,10,12,21,25,31). Pela Bíblia reconhecemos apenas dois níveis de hábitat: o terrestre e o celestial. As Escrituras nos revelam a existência de apenas três naturezas: a divina, a espiritual e a humana. Nada mais além disso. Vale, aqui, considerar a existência dos principados e potestades, das hostes espirituais da maldade que habitam nos "lugares celestiais" (Ef 6.12), bem como o seu poder (limitado por Deus) para operar sinais e prodígios (2Ts 2.9). Norbert Liech, apologista do ministério Chamada da Meia-Noite, apresenta o seu ponto de vista de modo muito interessante: "Deus nos informou acerca de detalhes muito exatos do futuro (por exemplo, acerca da volta de Jesus, detalhes acerca do fim deste mundo, como em Mateus 24 ou no livro de Apocalipse). Um dia o Universo será enrolado como um pergaminho envelhecido (Is 34.4; Ap 6.14). Com isso, se Deus tivesse criado seres viventes em outro lugar, Ele automaticamente destruiria a morada deles". Liech continua: "Outro raciocínio que leva à mesma conclusão: se conhecemos a finalidade das estrelas, temos em mãos a chave bíblica para respondermos às questões concernentes aos assim chamados ´extraterrestres´. Com base em Gênesis 1.14,15, as estrelas são, portanto, orientadas e planejadas para a terra, ou, para ser mais exato, para as pessoas que vivem na terra". Além do equívoco de crer em extraterrestres, o grupo raeliano atribui a eles a "façanha inédita" de clonagem dos seres humanos. Levando em conta o contexto místico que se esconde por trás dessa crença, não foi difícil entender a desconfiança e o ceticismo que causaram no mundo todo. Veja em nosso site a matéria: Óvnis: estão os seres humanos sozinhos no universo? Uma fábrica de clonar Os membros da seita fundaram, em 1997, a empresa Clonaid, nas Bahamas, com o objetivo de fornecer serviços de clonagem. Segundo atesta a religião raeliana, este é o artifício dos ETs para assegurar a eternidade da raça humana, a solução para todas as doenças. Rael considera isso um grande bem proporcionado pelos alienígenas, mas não tem pressa, pois está convicto de que, por ser um profeta, os Elohim "já lhe garantiram" o privilégio de ser clonado quando morrer. O preço do serviço está estipulado em 200 mil dólares, cerca de 700 mil reais, e, com o tempo, querem abater o valor para 175 mil reais. Mas não é só isso. Afirmam oferecer ainda uma diversidade de serviços como: preservação de tecidos para futura clonagem e clonagem de animais de estimação. A empresa é conduzida por Brigitte Boisselier, "bispa raeliana", química e física biomolecular. Como diretora científica da Clonaid, diz conduzir as experiências de maneira "adequada" e reclama ainda não depender da religião raeliana para a manutenção financeira da empresa, embora seus objetivos e os da religião sejam inseparáveis. Em 2001, a empresa instalou-se nos Estados Unidos, mas já pretendem mudar de país, pois suas experiências ferem as leis norte-americanas. Segundo Rael, centenas de mulheres, adeptas do movimento, se apresentaram como voluntárias para as experiências. Conforme critérios da empresa, as técnicas utilizadas nas experiências são restritas a casais estéreis, homossexuais e doentes terminais. Fabricantes de deuses "Comissionados" pelos Elohim, os raelianos pretendem construir laboratórios e universidades por todo o mundo. Acreditam que os alienígenas prestariam suporte ao nosso avanço tecnológico e, com isso, nos igualaríamos ao nível científico deles. Para obtermos semelhante capacidade, teríamos de ultrapassar a etapa do "crescimento acelerado", ou seja, clonar, em poucos minutos, sem a necessidade da permanência de nove meses no ventre materno. O "projeto" se estende a outras etapas, mais fictícias ainda, como, por exemplo, transferir informação mental (da memória e da personalidade) de um indivíduo envelhecido para um novo indivíduo, um clone adulto fisicamente jovem. Essa transferência de memória a um jovem adulto determinaria a vida de um mesmo indivíduo indefinidamente, seria o segredo para a vida eterna. "Quando uma pessoa é clonada, cada vez que morre, e ao transferir sua memória e personalidade a um corpo novo, ela vive eternamente em vários corpos", explica Rael. Seria uma espécie de reencarnação, o início da vida em um corpo jovem. Outro absurdo. Rael comenta sobre as conseqüências de tamanho avanço no âmbito legal: "As leis humanas terão de se adaptar às nossas mudanças de cultura e aos avanços tecnológicos em incremento [...] Ainda passarão numerosos dias antes que tal coisa aconteça, mas novas leis têm de ser promulgadas para definir os critérios segundo os quais poderemos nos beneficiar desta tecnologia. Aqui como no planeta dos Elohim, o número de clones deverá ser limitado a um para cada indivíduo - e unicamente depois da sua morte". Após alcançarmos hilariante evolução, seria possível à humanidade visitar outros planetas e criar vidas ao seu bel-prazer, transformando-se então em Elohim para os seres "criados", isto é, seriam deuses para suas criaturas e estas, por sua vez, se evoluiriam e tornar-se-iam semelhantes aos criadores. A Bíblia condena a clonagem? Os cientistas estão brincando de deuses! Esta sempre foi uma afirmação bastante repetida no meio religioso em relação à questão. Entretanto, essa posição esbarra em fatores relevantes. Um deles é o fato de Deus ter nos criado com imenso potencial, do qual não utilizamos nem a metade de sua capacidade. Por que Deus nos criaria com tamanha potencialidade se não fosse para empregá-la? Explorar essa capacidade e alcançar resultados é "brincar de ser Deus"? O que Deus quis dizer quando confiou ao homem o domínio pleno de sua criação? (Gn 1.26). De fato, não há quaisquer advertências quanto a esse domínio, exceto o fato de que devemos observar o mandamento do Senhor, amando nosso próximo como a nós mesmos e ao Senhor com todo o nosso coração, alma, força e entendimento (Lc 10.27). Para uma visão equilibrada da questão não podemos julgar a clonagem sem considerar suas causas e circunstâncias. Se alguém nos perguntasse se somos a favor de experiências com urânio, certamente responderíamos que não, pois imediatamente nos viria à mente as implicações catastróficas das bombas nucleares. Mas se a finalidade das experiências fossem benéficas, tais como, controlar radiações para que possam combater certas doenças, então nossa resposta seria sim, pois a boa causa abonaria as experiências. Assim, a nossa capacidade pode ser revertida para a prática do bem ou do mal, logo, a aplicação dos resultados e seus objetivos deveriam ser o cerne da questão. Reservada as devidas distinções, o mesmo conceito poderia ser aplicado à clonagem, mas a polêmica não é tão simplista assim. Para que se obtivesse um resultado satisfatório com a ovelha Dolly, foram necessárias 277 tentativas, algo que reputaríamos monstruoso, caso ocorresse o mesmo com os humanos. Mas se no futuro esse obstáculo fosse transpassado com uma única experiência bem-sucedida, então o problema acabaria. Mas ainda outros teriam de ser solucionados. Como viveriam os clones sabendo que não são filhos de ninguém? Haveria discriminação por parte da sociedade? Teriam outras diferenças em relação a nós? São perguntas que merecem uma reposta. Em detrimento de tudo, o elemento que mais tem trazido malefícios é a saga dos laboratórios em querer se apresentar ao mundo como mentores pioneiros da experiência. É uma corrida em busca da publicidade que, às vezes, não respeita a ética. É difícil avaliar as intenções, os limites e os resultados a que chegaremos. Talvez, num futuro próximo, as coisas sejam diferentes, mas hoje a clonagem põe em risco vidas humanas, a do bebê e a da gestante, precipitando-se em uma área em que a sociedade ainda não criou consensos. Inserido nesse complexo contexto, encontramos os raelianos misturando clonagem, alienígenas e religião. Não é de espantar que o médico italiano Severino Antinori, um dos credenciados cientistas envolvido nesse propósito, classificou o anúncio da Clonaid como "uma piada de mau gosto". • Para aprofundamento sobre o tema veja em nosso site www.icp.com.br a matéria Clonagem – a ciência e a religião. Os objetivos da religião raeliana Como toda religião, os raelianos advogam sua razão de existir. Para levarem a efeito sua missão, a odisséia raeliana depende de uma mobilização que só pode ser adquirida pela participação em seus eventos e seminários. Segundo explicam, o desenvolvimento da humanidade se daria numa cultura em que o amor, o respeito e a realização fossem as únicas regras e onde a sinceridade, a sensualidade e a individualidade pudessem desabrochar. Rumo a este ideal, os raelianos expõem seus objetivos: 1. Informar sem convencer: a religião raeliana está fundamentalmente interessada num diálogo aberto e honesto. Deseja apenas informar as pessoas interessadas nas mensagens dos Elohim, não convencê-las. 2. Edificar uma embaixada: os Elohim têm pedido a Rael para edificar uma embaixada onde se encontrarão com os nossos chefes políticos e científicos (extraterrestres) que nos transmitirão sua sabedoria e tecnologia. O local da embaixada deve ser neutro e internacionalmente reconhecido. Terá a proteção e a imunidade diplomática com o objetivo de beneficiar todos os Estados. 3. Ignorar o passado e orientar a humanidade rumo ao futuro, com valores de amor, de paz, de liberdade, de individualidade, de prazer e de realização. Declaram que é necessário que a humanidade desenvolva seu relacionamento em busca da paz, isso seria uma condicional para que os "pais do espaço" visitem a embaixada sem ocasionar temor, hostilidade e fanatismo religioso. 4. Constituir um governo mundial e uma moeda única, com o fim de eliminar a fome, doenças e sofrimentos e estabelecer, enfim, um mundo de realização e de lazeres ativos para os quais a raça humana fora concebida. Nova versão da Declaração universal dos direitos do homem Os absurdos não cessam! Acredite se puder, os raelianos audaciosamente desenvolveram uma nova versão da Declaração universal dos direitos do homem. Trata-se de um suplemento que denominaram de Carta universal do ser humano, pela qual sonham em submeter todas as religiões existentes. O documento adiciona 18 novos artigos, os quais julgam estarem adaptados à época em que vivemos. A análise dos artigos deixa inconteste a estreita ligação entre os raelianos e a Nova Era. Em suma, visam assegurar a observação de comportamentos, tais como: a busca da felicidade individual e coletiva, o bem-estar social de toda a humanidade, a preservação da fauna e da flora, o anti-racismo, o homossexualismo, a legalização mundial da eutanásia, o ecumenismo etc. Artigo 18 Um governo mundial deve ser estabelecido rapidamente e democraticamente. Este governo estabelecerá um autêntico controle da aplicação e do respeito dos "Direitos do ser humano" em todas as regiões da Terra. Sancionará as regiões que não respeitem estes direitos e castigará severamente os responsáveis daquelas ações. Estabelecerá uma moeda única mundial, com o objetivo de favorecer e de provocar, em breve, a supressão total da moeda e do protagonismo dos valores econômicos. Garantirá uma comunicação entre todos os seres humanos do planeta, permitirá o ensino de um idioma mundial e controlará sua aplicação. Uma embaixada para os extraterrestres Como vimos, esse é um dos objetivos do grupo. Observação: a embaixada não pode ser construída em qualquer lugar. Judeus, palestinos e agora ETs. É isso mesmo, eles têm preferência. Jerusalém é o local ideal! Segundo os adeptos dessa seita, foi próximo a essa região que os Elohim criaram os primeiros seres humanos. Consideram os judeus descendentes dos Elohim e responsáveis por educar toda a humanidade. Moisés, Jesus, Buda, Maomé e outros profetas, todos vivem hoje harmoniosamente no planeta dos Elohim. Nem os ufólogos com todas as suas fantasias conseguem conceber uma idéia tão excêntrica! O primeiro templo judeu teria sido a primeira embaixada dos Elohim, em torno da qual a antiga cidade foi edificada. A embaixada pretendida seria o tão anelado templo que os atuais judeus anseiam reconstruir. Uma réplica dela seria construída perto da original para dissipar a curiosidade pública. Todo o seu projeto já foi "revelado" diretamente dos Elohim para Rael. O lugar seria o referencial espiritual do mundo pelos milênios a seguir. O movimento raeliano reclama ter solicitado ao governo israelense o estatuto de extraterritorialidade em diversas ocasiões, mas sem sucesso. Em 20 de março de 1990, Rael, "instruído pelos Elohim", decidiu mudar o símbolo da seita (que até então era a suástica) em respeito às vitimas do nazismo e com o fim de facilitar as negociações, mas de nada adiantou. Isso teria gerado um dissabor aos Elohim: "Se a resistência judaica permanecer, a localização da embaixada poderá ser em território egípcio ou palestino" e "o povo de David perderá a proteção dos Elohim". Por que os ETs precisam de uma embaixada? Do mesmo modo que os representantes diplomáticos desenvolvem as inter-relações com as nações, esse seria o objetivo dos "pais do espaço". "Eles querem estabelecer um contato sem invasão". A embaixada possibilitará aos Elohim controlar seu acesso em nosso planeta sem intervenções. Assim como o ET de Steven Spilberg, os Elohim também são pacíficos e, por isso, retardaram sua instalação em nosso planeta. Como poderiam eles entrar em contato conosco sem invadir o nosso espaço aéreo, suscitando uma ameaça bélica? Sua presença entre nós nos levaria ao pânico, a um colapso geral, os militares estariam diante de cenas hollywodianas, mas reais! Com essas idéias alucinógenas, Rael justifica o porquê de, até então, não termos avançado em nossa relação com os "pais do espaço". A embaixada deverá compreender 347 hectares, ou seja, 3.470.000 m², para que um círculo de raio de 1050 metros possa se inscrever no seu interior. A construção renderá a "módica" quantia de 20 milhões de dólares, dos quais a seita já afirma possuir 7 milhões. E, acredite, testemunham que a soma não para de crescer! A concretização desta missão seria o início de uma nova era, marcada pelo desaparecimento de todas as religiões primitivas, incluindo o cristianismo. "Somos os seres humanos de hoje, usando a tecnologia de amanhã, com religiões e pensamentos de ontem", diz Rael. A data para o retorno de Jesus A data foi marcada para 2035. Não podia faltar. Esse é outro atrevimento corriqueiro reprovado por Jesus e que pode ser encontrado na maioria das literaturas sectárias (Mt 24.36). No caso dos raelianos, existe um diferencial a mais, Jesus voltará com uma comitiva, mas não são seus anjos. Ensinam que Jesus voltará com os Elohim, os grandes homens das religiões: Moisés, Buda, Maomé e companhia. A função deles seria nos levar a uma compreensão religiosa unânime, estratégia usada por alguns grupos hoje, algo impossível dentro dos padrões bíblicos (ler 1Co 6.14-18). O segredo da vida eterna Uma reportagem como essa nos leva a reflexões importantes. Paramos para pensar sobre o incrível poder de uma religião, a influência que um grupo religioso pode causar, a repercussão que pode alcançar e, sobretudo, as almas que pode atrair para si. Não importa quão estranhos e falsos sejam seus ensinamentos, sempre haverá aqueles que lhes darão crédito. Alguns poderão abandonar o movimento, mas muitos permanecerão. Trata-se de pessoas cegas. O deus deste século as cegou e, agora, estão impossibilitadas de enxergar a luz do resplandecente evangelho da glória de Cristo (2Co 4.4). E se recusam a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas engenhosamente inventadas (2Tm 4.4). Algumas das heresias aqui expostas são tão incoerentes que seria perda de tempo utilizar-se da Bíblia para refutá-las. Mas todas elas originam-se de um único fator: a necessidade do homem de cultuar algo superior a ele. Como diz Agostinho: "O homem vive a vaguear até que se encontra com Deus". Esse encontro é o verdadeiro segredo da vida eterna: "E sabemos que já o filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1Jo 5.20 – grifo do autor). Quem entende isso não busca razão para sua existência em histórias imaginárias, antes, pode afirmar como Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 3.68 – grifo do autor). Os crentes em Cristo não apóiam suas esperanças espirituais na clonagem, ou em qualquer outra conquista científica, antes, a "nossa esperança é a vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" (Tt 1.2 – grifo do autor). Não existem segredos nem exclusividades, não precisamos pagar nada pela vida eterna, tudo já foi pago (1Co 6.20, 1Tm 2.6). Nesta fé prosseguimos até que possamos desfrutar da verdadeira vida eterna em Cristo. A literatura raeliana A primeira publicação de Rael é O livro que diz a verdade, França, 1974. Em suas edições em português, esta obra foi traduzida com o título O verdadeiro rosto de Deus. O livro explica o desenvolvimento da religião raeliana até os nossos dias. Poucos anos depois, Rael publicou outros dois livros: Acolher os extraterrestres (1979) e Meditação sensorial (1980). Suas obras foram traduzidas para mais de 25 línguas. O grupo publica também uma revista internacional de luxo, de periodicidade trimestral, chamada Apocalypse, criada para promover a filosofia e a inteligência dos Elohim. Clonaid no Brasil O porta-voz do movimento raeliano no Brasil, o franco-espanhol David Uzal, pintor, escritor e filósofo graduado pela Sorbonne, tem planos de abrir uma filial da Clonaid em nosso país, mais precisamente no Rio Grande do Sul, lugar estratégico para atender à demanda de pedidos da empresa, que pretende, simultaneamente, levar seus serviços à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai. O representante raeliano tem grandes esperanças de que o governo de Lula seja menos inflexível do que o de Bush e proporcione à empresa o aval para prosseguir em seus projetos no país que já conta com mais de 500 adeptos da seita. A presidente da empresa planeja nos visitar em março ou abril deste ano. Ratifica o interesse no Brasil devido à nossa grande tolerância religiosa, não encontrada em outros países. Rael, o fundador, também quer nos visitar. Fanático por automobilismo, afirmou, em uma de suas entrevistas, que seu sonho é clonar seu ídolo, Ayrton Senna, o que afirma ser possível se a família de Senna possuir conservado algum material genético dele. Pretende visitar o país em maio, ocasião em que lançará um livro e tentará contato com a família de Senna. Seminários raelianos Esses seminários contam com a presença de Rael e dos sacerdotes da seita. São tidos como uma espécie de manual de instrução transmitido pelos criadores da raça humana, os Elohim. "Tem como objetivo despertar o nosso potencial e expandir a nossa mente, proporcionando uma vida plenamente satisfatória". Isso se dá principalmente por meio de técnicas de meditação. Consideram os momentos em que passam no seminário como uma premonição do paraíso onde o "novo ser humano" viverá. São realizados no Canadá e contam com uma ampla infra-estrutura. Possuem serviço de tradução simultânea para o inglês e o espanhol. Promovem a participação dos seminaristas em atuações artísticas e incluem, ainda, momentos de lazer por meio de atividades turísticas: conhecer as cidades de Québec, Montreal, passeio a cavalo e de balsa pelo rio, entre outras. Existem também algumas regras. É vetada a participação de menores de 18 anos e é obrigatório o uso de uma túnica branca durante o desenvolver das seções. Notas: 1 Júlio Verne foi um dos autores mais populares do século 19. Em histórias fantásticas como Viagem ao Centro da Terra, 20 mil léguas submarinas e Da terra à lua, Verne apresentou uma visão revolucionária da ciência que previu avanços modernos. Extraído de: http://www.icp.com.br/53materia1.asp Clonando Notícias: O Show Raëliano deve continuar?
Raël deve sua existência aos meios que "amam" e "odeiam" a sua peculiar religião ateística. E embora o anúncio da clonagem raëliana possa ser a maior fraude disco voadorística desde a "bonecópsia" de Roswell, a história que por enquanto pode ser contada é, principalmente, um folhetim cibermístico onde a parte do leão leva a mídia e sua hipocrisia. Mais quando outras razões prevalecem – diferente da credibilidade de um evento – para que este se difunda. Mas cedo ou tarde, 'a verdade' acaba por impor-se. Ao que parece, não importava tanto o caso da 'primeira clonagem humana' quanto o da clonagem de uma 'história atraente'. A notícia inédita, então, é a que protagonizamos desde os mesmos meios, artífices da realidade sobre a qual pretendemos informar. Quando em 26 de dezembro de 2002 Brigitte Boisselier, bispa raëliana e diretora científica da Clonaid, jurou que em uma filial de sua empresa fantasma havia nascido Eva, 'o primeiro clone humano', a imprensa mundial recolheu suas declarações com generosidade excessiva. Muito antes do lançamento em março de 1997 da Clonaid (a qual foi apresentada como uma filial da Valiant Venture Ltd., estabelecida nas Bahamas), Claude Raël Vorilhon vinha proclamando as boas novas, contando desde então com a voraz cobertura – às vezes tingida de um ceticismo burlesco – dos principais meios. Mas a doutora Boisselier, cinco anos depois, fez o anúncio sensacional com as mãos vazias. E a mesma coisa aconteceu com o segundo, terceiro, quarto e quinto anúncio. Em meados de janeiro, a imprensa parecia ter 'perdido as esperanças' de que a companhia raëliana apresentasse evidências, se viriam a demonstrar que tinha obtido êxito em suas experiências com um teste de DNA ou, consolo de tolos, permitissem entrevistar um parente da menina. Nenhuma promessa foi cumprida. Os mesmos meios que haviam instalado a 'notícia' começaram a 'dar-se conta' de que cada centímetro, cada segundo dedicado ao assunto eram publicidade gratuita e os principais beneficiados, a Igreja Raëliana e a Clonaid, não estavam dando o menor dado verificável em contrapartida. A informação genuína sobre as pretensas clonagens brilhava por sua ausência, apesar do que a controvérsia durou por semanas. Os céticos – cientistas, jornalistas e afins – saíram a conjurar a revelação sensacional e o bom senso pareceu coroar a batalha. Mas cinco dias depois um advogado do estado da Flórida, Bernard Siegel, se apresentou a um juizado de menores de Fort Lauderdale para pôr o suposto bebê clonado sob custódia judicial face ao risco de que a hipotética cobaia humana tivesse nascido com defeitos genéticos. Deste modo, a história entrou em um cone de sombra: se o teste fosse realizado, os raëlianos se exporiam a que a possível fraude se revelasse e a mãe do bebê perderia a custódia. Se a motivação do raëlianos era promoverem-se, eximindo-se de apresentar provas, não corriam riscos enquanto obtiam a recompensa que estariam buscando: a persistência da dúvida manteria a história aberta e seus personagens principais em evidência. E ninguém que conheça o bastante a carreira religiosa de Raël ignora que o guru deste culto ufófilo adora o adágio de acordo com o qual "Só há algo pior que ter imprensa ruim, é a imprensa não falar de você" (1). Inesperadamente, Raël pediu para suspender os exames de DNA que o físico Michael Guillén, ex-jornalista científico da ABC News, iria administrar. "(…) Estava tudo pronto para demonstrar ao mundo a verdade. Então (ao saber da representação judicial de Siegel), chamei imediatamente a Boisselier e lhe falei: 'Se existe algum risco de que levem o bebê de sua família, é melhor perder a credibilidade. Não faça o teste'. Ela concordou", expôs Raël, magnânimo, no último 2 de janeiro (2002). Assim o recurso judicial terminou convertendo-se no álibi perfeito. Raël e a imprensa: Benefício mútuo garantido Assim que os céticos ventilaram que Michel Guillén – o jornalista científico eleito pelos raëlianos para verificar a realidade do suposto bebê clonado – havia incorrido no passado em faltas sérias ao rigor científico, este começou a se justificar. Em 6 de janeiro, o jornalista voltou atrás. "O clone humano – adicionou – pode fazer parte de uma enganação elaborada". (2) Depois da demanda de Siegel, a deserção de Guillén e o repentino ceticismo jornalístico, o altruísmo de Raël começou a vacilar. Porque suas declarações seguintes, mais que dissipar suspeitas, as aumentaram, ao ponto de deixar no ar a possibilidade de que todo o assunto era um gracejo colossal. "Se não é verdade – Raël declarou -, é a piada científica mais bonita" (porque) "nos permitiu comunicar nossa mensagem" (3). Seus porta-vozes logo 'contextualizaram' ou minimizaram esta declaração. Mas essa ambivalência marqueteira não podia deixar de lembrar do conto espetacular organizado pelo produtor britânico Ray Santilli, que em 1995 anunciou possuir o primeiro filme onde se provava a captura de alienígenas no deserto do Novo México: quando os críticos contestaram a qualificação dos 'especialistas' a que se recorria para endossar o vídeo com a bonecópsia de Roswell, ou quando impedia uma análise imparcial do celulóide original, exclamava: "Acreditem no que quiserem, mas para mim é autêntico". Claude Vorilhon foi jornalista e se move nos meios com desenvoltura. Quando o Movimento Raëliano Internacional (MIR) se chamava Movimento para Receber os Elohims Criadores da Humanidade (MADECH, 1974-1978), Raël era convidado a programas de TV onde anunciava conferências que logo dava em salas cheias. Vorilhon era um 'louco lindo' a quem ninguém ousava considerar 'perigoso'. Já em 1992, quando decide se mudar da França para o Canadá, seu culto tinha sido estigmatizado. Até os anos 90, Raël não possuía nenhum controle sobre o conteúdo das notícias que se publicavam sobre ele. As acusações de lavagem cerebral, libertinagem sexual, fascismo, satanismo, pedofilia e anti-semitismo estavam na ordem do dia. Na Europa, em resumo, os raëlianos desperdiçavam muita energia enviando cartas e repudiando o 'racismo religioso' dos jornalistas (4). Em Montreal, Quebec, o maltrato dos meios não cessou. Mas a atmosfera estava mais aberta. Desde 1992 eles decidiram lançar uma atividade anual concebida para chamar a atenção da imprensa. A primeira ação consistiu em distribuir 10 mil preservativos em sinal de protesto contra a decisão da Comissão da Escola Católica de Quebec de retirar vendedores de preservativos em suas escolas secundárias. Logo deram conferências a favor da masturbação e Raël competiu em corridas automobilísticas, conseguindo uma mídia mais favorável. "Os jornalistas canadenses – escreve Susan Palmer, professora da Dawson College de Montreal – aplaudiram a posição anticlerical, pró-sexo e de liberação juvenil dos raëlianos. Os artigos publicados em 22 jornais eram unanimemente compassivos sendo, até mesmo, pró-raëlianos." Deste modo, o MIR começou a crescer. Que defendia os direitos homossexuais, o aborto, a cuspida na hóstia que constituía distribuir preservativos entre os adolescentes católicos ou convocar os cristãos à apostasia (5), despertou simpatias entre a juventude e esteve entre as novas religiões mais difundidas junto com as Testemunhas de Jeová e a Igreja da Cientologia. Suas iniciativas – 'originais e chocantes', como escreveu o sociólogo Alain Bouchard – foram recompensadas com amplas coberturas. Em um estudo de 2001, Bouchard confrontou 'os grandes marcos raëlianos' com o tratamento secticida dos meios e chegou à conclusão paradoxal que são os jornalistas, menos que os raëlianos, os donos do espetáculo". (6) Provas? Quem se interessa pelas provas? Em dezembro de 2002, com o anúncio do nascimento de Eva, os raëlianos conseguiram levantar um debate que para eles era benéfico até mesmo no pior caso possível. Além disto, se tivessem pago uma campanha publicitária convencional, não teriam alcançado os 7 milhões de dólares que – asseguram – já juntaram para erguer a embaixada onde esperam receber os Elohím (como Raël chama aos ETs que a humanidade confundiu com deuses). E Raël demonstrou novamente que sabe como buscar titulares: em cada país onde apresentaram uma entrevista coletiva prometeram clonar alguma celebridade: Airton Senna no Rio de Janeiro, o imperador do Japão em Tóquio, Gardel em Buenos Aires e, quando estavam na Alemanha, até a Adolf Hitler, de forma que seu clone tivesse o castigo que o original não recebeu em vida. Os meios deram para o MIR a cota de difusão que tanto precisava e esses, quando já ordenharam bastante o espetáculo, se retiraram relativizando a notícia que eles mesmos tinham contribuído para construir. O resultado? Um cacho hipócrita onde a informação importa menos que o espetáculo, o qual surge do aproveitamento recíproco (culto-meios/meios-culto) entre uma seita freak que acredita na clonagem como uma ferramenta sagrada e jornalistas secticidas que tiram sarro de um anúncio que antes levaram em consideração. Confortavelmente instalado na lógica do mercado, Raël só quer que se fale dele; e os meios, mais ibope ou vender mais exemplares. De acordo com o historiador de novas religiões Massimo Introvigne, que o entrevistou em duas ocasiões, Raël sempre foi considerando bastante cínico a respeito de suas próprias profecias: não o interessa tanto obter boa imprensa tanto quanto chamar atenção. O guru teria deixado renunciado à primeira ilusão porque – Introvigne continua – sabe que "nada pode evitar que falem mal dele." Em 2001, Susan Palmer, que investigou o MIR durante quatorze anos, afirmou que se Raël pudesse criar o primeiro clone humano isto seria "a culminação de sua visão milenarista". Ou, pelo menos, o cumprimento da primeira metade de sua profecia, já que a segunda e definitiva seria a aterrissagem em 2035 de 'nossos pais extraterrestres'. A socióloga instou a não subestimar o guru nem a seu movimento. "O curioso grupo adorador de discos com que me encontrei pela primeira vez na Feira Psíquica de Montreal em 1987 – escreveu – se tornou a primeira organização capaz de forjar uma razão religiosa fundamental para a clonagem. Esta motivação, e talvez seus recursos, produzirá o primeiro clone humano" (7). Agora, quando o anúncio se concretizou, cada dia que passa desmente a predição de Palmer e reforça a hipótese de fraude. Nem todos pensam assim. Alguns críticos ainda dão uma margem de crédito ao anúncio da Clonaid já que – argumentam – Raël não correria o risco de imolar a credibilidade de seu movimento (a ponto de cumprir 30 anos) sem provas. Mas, confirmando a impressão de Introvigne, Raël até agora não só não apresentou evidência alguma mas fazê-lo não é uma questão que lhe tire o sono. Por isso resulta legítimo perguntar-se se a crescente expansão financeira e humana de sua odisséia religioso-científica, a qual em grande medida reside no valor de sua palavra, não terá convencido Raël de que o prestígio de seu grupo pode sair ileso prescindindo dos 'critérios de prova terráqueos'. Depois de tudo, o andaime doutrinal de Raël repousa em uma 'ciência extraterrestre' que – segundo pretende – 'substituirá à religião'. Da mesma forma, Clonaid poderia estar invocando aproximações de verificação diferente para esses que nós sabemos. Esta idéia – que para qualquer não-raëliano é um disparate – entre os seguidores de Raël e inclusive em audiências permeáveis às crenças heterodoxas pode parecer razoável. O MIR não cresceu graças a afirmações ainda mais extraordinárias que jurar que seus cientistas estão clonando humanos? "Quando a pele começou a recobrir a carne, pude ver outro eu que se desenhava pouco a pouco. De fato, o ser que saiu da máquina era uma réplica exata de mim mesmo", escreve Raël em seu livro Os extraterrestres me levaram para seu planeta (8). Esse 'experimento' de ficção científica classe B foi levado a cabo diante do próprio Yahvé (um ET que logo revelou ser seu pai) pouco antes que lhe deixasse acompanhar por um robô que lhe fabricaria seis bonitas e submissas bonecas com as quais ele assegurou ter passado "a noite mais tresloucada de sua vida" (9). Como adivinhar o verso das jogadas de um profeta que armou seu pequeno império baseado na provocação, no engano e distração? O MIR se postula como 'o alívio natural da Igreja Católica', o qual, com seu dogmas defasados, seu conservadorismo e sua onda de sacerdotes acusados de pedofilia, enfrenta seu pior momento. Raël não especula que seus investidores e sua clientela, com quem compartilha a esperança de um pouco de eternidade, o acompanharão nesta cruzada herética ao preço de não fazer perguntas difíceis? Até agora, o movimento parecia prosperar em direção a uma resposta afirmativa. Mas, sem provas, se manterá a demanda de aspirantes a receber os serviços da Clonaid? O sociólogo Michel Wieviorka, professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, pensa que sim: "Pode produzir-se a conjunção entre uma demanda solvente e uma oferta que reúna, por um lado, um tipo de raciocínio isento de consciência de culpa (…) e, por outro, a organização prática, científica e médica capaz de garantir o lançamento ao mercado do serviço solicitado, neste caso a clonagem. Estamos falando (…) de várias (presumidas) centenas de casais dispostos a colocar na mesa 200.000 dólares cada um como candidatos à clonagem. Sob estas condições, o poder do dinheiro poderia revelar-se considerável, e sempre suscetível de prevalecer sobre as barreiras políticas, jurídicas ou morais que se queiram opor". (10) A verdade? E quem se importa com a verdade? Sejamos claros: legitimar por meio de falsos argumentos o estereótipo popular da clonagem (isto é, que clonar equivale a produzir réplicas genéticas indistinguíveis do original) ou pretender, como arriscou Brigitte Boisselier, que é possível "transferir uma personalidade a um corpo novo", já constituía uma fraude científica. Para dizê-lo nas palavras de Josep Egozcue, professor de Biologia Celular da Universitat Autònoma de Barcelona, o estabelecimento da eternização (em raëliano, elohimização, isto é: ser como nosso 'pais cósmicos') falha por sua base: "É o clone uma fotocópia de seu modelo? Evidentemente não. Da mesma forma que dois gêmeos 'idênticos' não são idênticos, um clone não é igual a seu modelo (…). Se os raëlianos conseguissem clonar eternamente, obteriam indivíduos distintos e sucessivos, mas com uma única memória. Ou nenhuma, se um deles padecesse de uma Alzheimer precoce" (11). Agora então, quanto importava a pura e dura verdade aos meios que amplificaram as promessas raëlianas? Convenhamos que muito pouco: uma religião sui generis para a qual o homem é criação alienígena e assegura clonar humanos como via regia à vida eterna continua sendo – apesar de qualquer desmentido – "um bom material". Mas também, se importou em descobrir 'a verdade' a Agência Federal de Alimentos e Medicamentos dos EUA quando buscou os escritórios da Clonaid em diferentes estados e logo informou não ter encontrado nada? Estes laboratórios não são parte de uma companhia registrada? A ninguém consta: O que talvez esteja acontecendo é que essa 'verdade' que todos dizem buscar mas que ninguém encontra não é a verdade que muitos de nós gostaríamos de conhecer. A Ilha do Tesouro, ou uma caixa postal nas Bahamas Em janeiro passado (2003), Gabriel Barra, um chileno radicado na Suíça a cargo da Igreja Raëliana para a Iberoamérica e Espanha, disse durante uma entrevista coletiva em Buenos Aires: "Ao término de 2003 nascerá o primeiro clone Sul americano no Brasil". Àquela altura os jornalistas estavam saturados de 'primícias alienígenas'. Ainda assim, os colegas lutavam para voltar às suas redações com declarações exclusivas do sacerdote disco-voadorista. Ao que parece, os raëlianos, fascinados com a imprensa fácil, adotaram o hábito de anunciar o que lhes ocorrer sem apresentar provas de nada, conscientes de que "de qualquer maneira são notícia". Poucos meios renunciaram à tentação de omitir de suas edições a tal tema tão atraente, pitoresco e provocante. Em 31 de janeiro entrevistei Barra. O enviado de Raël, jornalista como foi seu guru, compartilhou a idéia de que os meios foram 'muito generosos' com eles. "Informam pelas dúvidas", disse. "E quando em uma semana (sic!) demos as provas, tampouco nos acreditaram…". Se escudou das suspeitas invocando que representa a uma religião minoritária. Se fosse um padre católico, disse, ninguém duvidaria de sua honestidade. Respondi-lhe que a religião, por definição, se subtrai de verificação científica já que promete o bem-estar em um plano espiritual. Dito de outro modo: embora os raëlianos se definam como parte de uma 'religião científica', suas atividades (prodigar promessas concretas que serão concretizadas na vida presente) expõem suas afirmações mais à refutação do que ocorre com as promessas transcendentais que caracterizam as religiões tradicionais, que prorrogam as ilusões de uma confirmação na 'outra vida' ou em esferas de existência incontrastáveis (12). A ciência extraterrestre de Raël pode manipular critérios desconhecidos a nós, humildes mortais, mas a ele e seus seguidores não faltaram oportunidades de ensinar quais são esses critérios. Isto é: a Igreja Raëliana – aos olhos da vulgar ciência humana – produz pseudociência até que demonstre o contrário. De Raël conhecemos apenas uma sombra de sua peculiar definição do conceito de prova. Barra disse: "A prova não é mais que um processo de confiança". Como é? Barra citou uma resposta que ouviu de seu profeta: "No século XXI, tudo pode ser forjado". Então, se "tudo puder ser forjado", qualquer intenção de confirmação científica se torna um esforço vão. E, se qualquer coisa pode ser provada, que importância pode ter para Raël dizer a verdade? Durante a conversa, quase de passagem, lhe perguntei sobre o status legal de Valiant Venture Ltd., a 'companhia mãe' da Clonaid. "Ah! Era uma caixa de correio que custou ao movimento 2.000 dólares…" Barra sorriu. Depois de tudo, não estava revelando nada que para Raël interessava manter escondido. Em seu livro Sim para a clonagem humana, Raël escreve: "(Para instalar Valiant Venture nas Bahamas) eu precisei de um investimento mínimo para alcançar uma cobertura nos meios avaliada em 15 milhões de dólares. Ainda estou rindo" (13). Muitas risadas para uma religião cujo futuro depende de nos persuadir de que suas alegações científicas são algo mais que magia disfarçada de ciência. - – - Alejandro Agostinelli é jornalista e o Editor Geral de Dios! Bibliografia Agradecimentos A Alejandro J. Borgo, Pedro Luis Gómez Barrondo, Ignacio Cabria, Mariana Comoli, Carlos Domínguez, Alejandro Frigerio, Viviana Giménez, Luis R. González, L. Enrique Márquez, Eduardo Márquez-Blake, Mariano Moldes y Rubén O. Morales. Suas valiosas sugestões, traduções e contribuições enriqueceram o presente artigo. A meus amigos, muito obrigado! Notas relacionadas (em Dios!) Biografias EXTRAÍDO DE: http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/2168/clonando-notcias-o-show... Raëlism (ou a Igreja Raëliana) é uma religião UFO que foi fundada em 1974 por Claude Vorilhon , agora conhecido como Raël. O Movimento Raeliano ensina que a vida na Terra foi cientificamente criada por uma espécie de extraterrestres , que eles chamam de Elohim . Os membros desta espécie apareceu humana e ao ter contatos pessoais com os descendentes dos seres humanos que eles fizeram, eles foram confundidos com anjos , querubins ou deuses . Raelianos acreditam em mensageiros, ou profetas, Elohim, Buda, Jesus, e outros que informaram os seres humanos de cada época. O fundador da Raëlism e membros afirmam, que recebeu a mensagem final do Elohim e que seu objetivo é pacificar e informar o mundo sobre Elohim e que se os seres humanos devem tornarem-se pacíficos o suficiente, se querem ser recebidos por eles. A Igreja Raëliana tem uma estrutura quase-clerical de sete níveis. Juntando-se ao movimento requer um funcionário apostasia de outras religiões. Sexualidade é uma parte importante da doutrina Raëliana. A Igreja Raëliana tem atraído alguns de seus padres e bispos de outras religiões, apesar de ter visões liberais de sexualidade. Raël fundada Clonaid (originalmente Valiant Venture Ltd Corporation) em 1997, mas depois entregou-a a uma bispo Raëliana, Brigitte Boisselier, em 2000. [7] Em 2002, a empresa alegou que uma mulher americana passou por um padrão de procedimento de clonagem que levou ao nascimento de uma filha, Eva (nascido em 26 de dezembro de 2002). Embora poucos acreditem, ainda assim atraiu autoridades nacionais, mídia, e os jovens adultos a olhar mais para o raelianos "status cult". Os raelianos freqüentemente usam a suástica como um símbolo de paz, que suspendeu aos pedidos Raelianos de território em Israel , e mais tarde o Líbano , para o estabelecimento de uma embaixada para extraterrestres. A religião também usa a suástica embutida na estrela de David . [8] Começando por volta de 1991, este símbolo foi muitas vezes substituído por uma estrela e símbolo variante redemoinho como medida de relações públicas, particularmente em relação a Israel. No entanto, o raelianos ter retomado a versão original como seu símbolo oficial.
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trechos extraídos de: http://en.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%ABlism
Enviado por findelostiemposorg em 20/02/2012 A Chegada - Parte 14 - Adoradores de OVNIs
Enviado por SpiritTvOnline em 07/05/2009 A Chegada parte 14 --- Movimento Raeliano - Governo Mundial - NWO? Teria o Movimento Raeliano ligações com a NWO??? Extraído de: http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-movimento-raeliano-governo-mundial-nwo
Na Internet mais informações sobre os raelianos podem ser obtidas nos sites do Movimento Raeliano, que pode ser lido em português, e no da Clonaid. Quem estiver interessado na organização religiosa dos relianos pode encontrar informações no site da Sciure (sigla em francês para Síntese Coerente das Informações Úteis sobre o Raelismo e o Elohims). | |||
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