quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Gigliola.: ESSE É DE AREIA BRANCA!

Brito: o pessoal de Areia Branca jamais esquecerá esse destacado personagem – "sobrinho" de vários amigos do Parque! Veja a mãozinha, aliás MÃOZONA se preparando para os cumprimentos! Abraços,Gonzaga

Grande amigo dos areiabranquenses do Parque: o viado mais famoso da região oeste/salineira do RN: Gigliola!

Crônica: Gigliola

Mulher que se preza tem que ter brilho, charme e alto astral. Mesmo sendo uma prostituta, ela tem que se valorizar e procurar unir o útil ao agradável na cama. Homem não gosta de mulher gelada que tem relação sexual pensando em outro homem. Depois, se desejar é que pode dar vazão a esses pensamentos.

Essa pelo menos é a ótica do travesti Josué Florentino de Souza, que ficou conhecida por Gigliola, quando despontou no final dos anos 1960 com uma famosa casa noturna em nossa cidade, onde desfilavam as mais belas mulheres para o deleite dos europeus, asiáticos e uns poucos brasileiros que trabalharam na construção do Porto Ilha entre os anos de 1966 a 1974. A identificação de Gigliola veio do sucesso do cinema italiano "Dio Come ti amo" e "Non ho l'età".

Atualmente residindo numa casa modesta, no bairro Salinópolisem Areia Branca, onde ainda mantém uma bela casa noturna, Gigliola se considera uma pessoa feliz. Ganhou muito dinheiro, mas não ficou rica, porque sempre substituía coisas materiais pelo prazer. A mesma disse-me que já chegou a ter seis homens num mesmo período. "Eu adorava a todos", dizia.

Gigliola ao lado do cantor Fagner

Na sua casa noturna nas décadas de 1960 e 1970, a principal moeda corrente era o dólar americano, devido ao constante movimento de gringos na cidade. Para tanto, tinha que proporcionar o que havia de melhor.

As mulheres vinham de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Muitas chegavam a falar fluentemente o inglês. Naquele tempo as prostitutas eram elitizadas e dotadas de muita sofisticação, cheias de joias, brilhantes e perfumes caro. Eram mulheres que se valorizavam e sabiam valorizar os homens com quem transavam, dando-lhes o máximo de prazer possível. Os programas chegavam a custar entre US$ 100 e 300 dólares.

Sua boate funcionava a todo vapor a partir das quartas-feiras. Todos os dias que funcionava era uma festa com um conjunto musical exclusivo e shows de strip-tease em noites inebriantes de muito luxo, plumas, paetês e prazer sexual acima de tudo.

Gigliola assegura que a chave do sucesso da sua casa noturna está na boa receptividade à clientela partindo do seu próprio astral dotado de uma energia que contagiante que atinge os clientes e as mulheres.

É fato que Gigliola é conhecida em todo Brasil, pois tinha clientes de toda parte por homens que procuravam prazer. A cada início de semana, mulheres eram tratadas como princesas com café da manhã reforçado na cama, manicure, cabeleireira, tratamento de pele, além de assistência medica. Naquele tempo não existia a AIDS, e quando aparecia alguma doença simples, logo eram tratadas.

Em sintonia com o comando da sua casa noturna, Gigliola sempre procurou ajudar ao próximo através de trabalhos de certo modo paternalista. Ela afirma que tem vocação para ajudar a qualquer ser humano, dando assistência médica, e que a mesma chegou a patrocinar mais de 50 partos. Mas nem tudo foi alegria na vida do travesti.

Continua no próximo episódio!

 

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