Passado contestado
José Dirceu, segundo o juiz aposentado Sílvio Mota, seu ex-companheiro no treinamento de guerrilha em Cuba, levou uma vida mansa, protegido e privilegiado por amigos de Fidel
Adriana Nicacio
UM ZÉ DIRCEU DIFERENTE
O ex-ministro (acima) passava o tempo no cinema,
conforme o ex-companheiro Sílvio Mota (abaixo)

Sílvio Mota sente-se à vontade para desconstruir a imagem combativa do petista em sua passagem pela ilha de Fidel Castro. Ele guarda na memória a figura de um militante indisciplinado e cheio de privilégios. Segundo Mota, enquanto os integrantes do Molipo participavam dos exercícios militares pesados, Dirceu levava uma boa vida, protegido por autoridades cubanas. ?Ele preferia passar seu tempo nas salas de cinema?, conta. José Dirceu refugiou-se em Cuba em 1969, depois de ter sido preso no Congresso da UNE, em Ibiúna, no interior de São Paulo, e trocado pelo embaixador americano Charles Elbrick. Em pouco tempo, tornou-se íntimo do então presidente do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, Alfredo Guevara, amigo de Fidel Castro. De acordo com o relato de Mota, Dirceu passou, então, a se aproveitar dos poderes de seu protetor para fugir do treinamento guerrilheiro. ?Dirceu era indisciplinado. Não combateu no Molipo, como também não havia combatido na ALN (Aliança Libertadora Nacional) no Brasil?, diz Mota.

Fotos: Wagner Avancini; Adriano Machado



0 comentários:
Postar um comentário