quarta-feira, 11 de julho de 2012

4785 { Gênesis } => O Solstício de Inverno - Um bom momento para celebrar



O SOLSTÍCIO DE INVERNO


Nossos ciclos internos são coordenados pela glândula pineal e pelos ritmos solares sazonais. Conforme a diminuição do dia, a glândula pineal secreta mais melatonina, hormônio que controla a quantidade de serotonina no cérebro, regula a função sexual e dispara processos depressivos. A glândula pineal é fotossensível, e sua influencia na totalidade do sistema endócrino, parece agir como um mecanismo para manter o corpo sintonizado com o ambiente. A função de mediar os ciclos do céu e da terra envolve a participação desta minúscula glândula nos ciclos humanos.

Quando o sol está mais suave, as energias vitais, os vínculos pessoais e as  manifestações emocionais, aguardam no subterrâneo da alma a gestação do novo. O propósito de realizar uma celebração neste momento é nos habilitar para reconhecer e transmutar emoções negativas como aflição, mágoa, desespero e raiva, que muitos de nós camuflamos  ou negamos.


Sabemos que recalcar essas emoções custa-nos muito caro, pois causa doenças pisicossomáticas e empobrece  a nossa capacidade de  renovação e abertura para inspirações, além de inibir a coragem de ousar e correr riscos. Ao nos libertar de tais emoções criamos espaço para uma nova energia de criatividade e de integração com o planeta e o cosmos. O desbloqueio destas emoções também nos permite vivenciar nossa ligação fundamental com o Eu Divino, e com a vida em suas mais variadas formas.

Ao nos libertar de máscaras e armaduras nos colocamos fragilmente em uma situação de metamorfose. Embora saibamos que tudo muda constantemente e que precisamos nos adaptar a essas mudanças para sobreviver, gastamos uma boa dose de energia e tempo tentando resistir, prendendo-nos numa falsa idéia de segurança. Temos que considerar que as mudanças são necessárias para atingirmos uma  estabilidade emocional, econômica, social e intelectual, e para isso temos que romper com as relações e pilares  estruturais que nos sustentaram no passado. Neste momento, nos sentimos sem coragem e sem imaginação para iniciar as mudanças necessárias,  incapazes de formular qualquer visão coerente de futuro. A renovação exige um tempo de germinação e maturação da nova forma de sentir e compreender o mundo. Esse é o tempo do inverno. Celebrar o inverno, é se disponibilizar para experienciar transformações profundas. Isso não implica obrigatoriamente sofrimento, porém exige coragem.


Uma boa celebração é sempre uma festa, deve ser agradável e prender a atenção dentro de um significado. A importância das danças, gestos, sons, sabores, aromas, toques e atenção visual, se revelam no estimulo dos sentidos e percepções daquilo que se manifestará depois do período de hibernação. Por isso as tradições culturais ligadas a natureza festejam a chegada de cada uma das estações do ano com rituais, danças, cantos e comidas. As trocas nessa ocasiões são importantes, podem ser feitas por meio de objetos, que fizeram parte de algo importante, ou de base para uma história ou mesmo experiências vividas, e contadas através de historias numa roda de congraçamento. O importante é que haja sempre uma conexão entre o movimento e o proposito da celebração. Entretanto as celebrações tornam-se estéreis ou sem efeitos quando realizada sem envolvimento emocional autêntico nem reverência. Sem o sagrado as festas populares  se tornem veículos de manipulação de massas com finalidades escusas. Uma boa celebração de solstício implica em fornecer meios de transformação  dirigida para si mesmo e para outros.


Para muitos a chegada do inverno é um tempo de reclamação e tristeza. Porém, celebrar a chegada do inverno exerce uma  função importante durante nosso empenho de renovação, mudanças e transformações. Todos nós precisamos de ajuda para lidar com esse processo de metamorfose inevitável e incerta, precisamos estar unidos e conectados, seja com nossos familiares, nossos amigos, nossa comunidade e principalmente como nos Ser interior.  Estabelecendo a comunhão com Deus, reforçando a idéia de que não estamos separados de nada, unindo nossos sentidos e coração aos ritmos naturais da terra e do céu, poderemos curar a nós mesmos e o mundo, restaurando o equilíbrio da  natureza e semeando a paz para as gerações futuras.


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