Políticos seridoenses (2)
Ciduca Barros
Um vereador situacionista de uma das nossas cidades foi falar com o prefeito municipal para tentar empregar um cabo eleitoral de ambos.
– Seu Prefeito, nóis precisa arranjá um emprego pra Chico de Hermínia. Ele não só votou em nóis como também cabalou votos lá no seu distrito e ajudou a eleger nóis.
– Você endoidou, vereador? Chico de Hermínia é analfabeto, homem de Deus!
– A prefeitura municipá é cheia de analfabetos, seu Prefeito, e um a mais ou a menos não vai fazer diferença – insistiu o vereador.
Então, o digníssimo Prefeito Municipal resolveu contemporizar:
– Vamos fazer o seguinte: eu, pessoalmente, vou fazer um teste, e se ele passar estará empregado. Leve-o até a prefeitura amanhã.
E assim foi feito.
No dia seguinte, muito cedo da manhã, ali estavam os dois: o edil e Chico de Hermínia, o candidato ao emprego.
Assim, o prefeito para aplicar o teste, levou ambos para uma sala onde havia uma lousa.
– Chico! – falou o prefeito. – Eu vou escrever uma pa lavra neste quadro e se você conseguir lê-la, automaticamente, estará empregado.
Em letras garrafais e legíveis, ele escreveu: ABELHA.
Daí, o analfabeto Chico de Hermínia começou o seu esforço inglório para decifrar aquela palavrinha.
Arregalava os olhos.
Fechava os olhos.
Fazia careta.
Coçava a cabeça.
Coçava a barba.
Coçava os ovos.
Suava.
Olhava com cara de pidão para o vereador, e nada.
Depois de vários minutos nessa agonia, o edil, querendo ajudar o seu candidato, entretanto também demonstrando que era semianalfabeto, resolveu dar uma ajudazinha e soprou:
– É um bicho que faz mé, Chico!
O coitado de Chico de Hermínia, ouvindo a palavra "mé" (corruptela da palavra mel), não pensou duas vezes e gritou eufor icamente:
– Bode!
domingo, 27 de outubro de 2013
Analfa....
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