MAIS BOM, MAIS MAU (professor João Bezerra - Mossoró/RN)
Diferentemente do que muita gente pensa, as expressões mais bom (ou mais boa) e mais mau (ou mais má) existem e são utilizadas na língua portuguesa quando se comparam qualidades ou atributos de um mesmo ser. Exemplos:
."Posso dizer que, nessa história, ele foi mais bom do que mau."
.O homem era mais mau do que bom.
Seguem o mesmo raciocínio as expressões: mais grande e mais pequeno. Exemplos:
.A cozinha do Sindicato é mais grande do que arejada.
.Ele era um homem mais pequeno do que grande.
Sobre este assunto, eis o posicionamento de Pasquale Cipro Neto: "Uma casa é 'maior' ou 'mais grande' do que outra? É maior, sem dúvida. Imagine agora uma casa grande, porém pouco confortável, mal dividida. Alguém pode perfeitamente dizer que a casa é 'mais grande do que confortável'. Nesse caso, a forma 'mais grande' é corretíssima, já que não se estabelece relação entre uma qualidade de dois seres, mas entre duas qualidades de um mesmo ser". E continua: "Aplica-se esse raciocínio com 'mais bom' e 'mais mau'. Não se diz que um carro é 'mais bom (ou mais mau) do que outro', mas, se um homem ora é bom, ora é mau, diz-se que ele é 'mais bom do que mau', ou que é 'mais mau do que bom".
Domingos Paschoal Cegalla, em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, admite o emprego da forma analítica mais bom em vez de melhor quando se comparam qualidades do mesmo ser: "O menino era mais bom do que mau". Acrescenta, todavia, que "é preferível evitar o desagradável mais bom e construir: O menino era antes bom do que mau". Cegalla faz a mesma observação no caso de mais grande: "Ele era um homem mais grande que pequeno". Todavia, é preferível a construção: "Ele era um homem antes grande que pequeno".
Quando a comparação se refere a seres ou acontecimentos diferentes entre si, devemos usar pior no lugar de mais mau, e melhor em vez de mais bom. Exemplos:
.A situação do ABC está pior que a do Alecrim.
.O texto de Ana ficou melhor que o de Luís.
Assim como existem as expressões mais mau e mais bom, há também na língua portuguesa as formas mais mal e mais bem, que devem ser empregadas antes de verbo no particípio. Exemplos:
.Os deputados são os funcionários públicos mais bem remunerados do país.
.Os textos daquele jornalista eram os mais mal escritos do jornal.
Observação: Cegalla diz que, antes de particípio, tanto é correto usar as formas analíticas mais bem e mais mal como as formas sintéticas melhor e pior. Exemplos:
."Desde então, o prisioneiro passou a ser mais bem tratado (ou melhor tratado)."
."Casa mais mal construída (ou pior construída) jamais se viu."
Por: João Bezerra de Castro – professor!
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